Eu fico olhando essa gente “esperta”
Que acha que todo mundo é bobo,
Que todo mundo tem cara de tolo.
Se pareço?
Problema de quem achar.
Ah eu tenho que confessar!
Serenidade não quer dizer “bobagem”
Ter paz, não é ser idiota.
Ser sutil não é ser despercebida.
Ser mulher não é ser vulgar,
Nem é ter que na rua se mostrar.
Ter peito não é perder o respeito,
Ter bunda não é ser vagabunda,
E quer saber?
Ter corpo não tão importante quanto caráter ter.
Possuir um sorriso meigo no rosto,
Não é anular o lado feroz...
Sou amor,
Sou fervor.
Sou lareira,
Quente, muito quente,
Mas sei ser uma pedra de gelo,
Iceberg com ponta
fina.
Sei ser céu,
E também inferno.
Não me abro pra qualquer um,
Ah, isso é certo.
Sou o incerto,
E também a certeza.
Sou o improvável,
A surpresa,
O inacreditável.
Sou brandura,
Bravura,
Corpo,
E alma.
Sou entrega,
Sou paixão,
Sou doçura,
Sou loucura
Na mente,
No coração.
Sou tudo,
Pra quem eu eleger.
Sou nada pra quem eu escolher.
Sou uma para ele.
Apenas ele saberá
Alguns dos meus mistérios,
E méritos.
Ele olha, e desvia o olhar,
E chega até sem chegar,
Ele tem a sua forma de marcar,
E de saber me conquistar.
Ele é inteligente,
Sagaz,
Faz mimos,
E me põe a desejar...
Só ele romperá meus silêncios,
As minhas quietudes,
Só ele escutará
A minha intensidade,
E sentirá a temperatura
Da minha pele.
Quando eu estiver entregue...
E achar que posso relaxar,
Dançar,
Respirar,
Deitar,
Despir,
Permitir,
Agir,
Enfim,
Aí é que a noite começa,
Sem multidão,
Sem alarde,
Na privacidade,
Só eu e ele...
E o dia amanhece,
Chuvoso,
Gostoso,
Com cheiro de terra,
Ao som das águas...
Ô manhã preguiçosa,
Dengosa, cheia de manha,
E já com gostinho de quero mais.
[Psiu...
Só eu e ele temos acesso
A tudo o que vivemos em secreto
No apagar das luzes!
Silêncio de poeta
É poesia na certa,
Às vezes, tecida
Debaixo do edredom!]
Indyara Ribeiro