segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Contida!


Eu chego nos diversos locais e lá há muita gente. Pessoas desconhecidas, mas pessoas. Eu queria poder dizer um oi, boa noite, soltar aquele sorriso contido. Queria não precisar ficar controlando os elogios que sinto vontade de fazer, os abraços apertados que gostaria de dar, os beijos e mais beijos no rosto de pessoas tão queridas. Queria dizer bom dia e poder sorrir quando estou passeando com minha cadela na rua e vejo outros correndo, com seus cães também. Queria poder olhar pra os olhos das pessoas e passar a minha porção de alegria. Queria poder dizer: Você está lindo. Está cheiroso. Mas infelizmente vivo em um mundo em que tenho que conter palavras, sentimentos e emoções. Ser espontânea, brincar, conversar, deixar o ambiente descontraído, incentivar, sem que isso trouxesse um imenso peso, o de ser mal interpretada. Queria sorrir sem que isso implicasse em um pensamento equivocado de que estou dando abertura demais ou ousadia. Queria dizer com a alma o meu simples “boa tarde”, sem que isso gerasse uma imagem de mulher oferecida.
Interessante é que algumas pessoas precisam se conter pra não soltar palavras duras, desaforos, verdades nuas, sinceras demais. Já eu? Preciso me conter pra não dizer da beleza e do quanto a presença do outro me faz bem. Preciso aprender a dizer menos “Eu te amo”, “Você é importante pra mim” “Você é fantástico”, pra ver se algum dia, o  ser espontânea não me cause tantos danos, tantas conversas para explicar que aquilo não é outra coisa senão demonstração de carinho, por amizade. Desejo um dia ser melhor interpretada. Como sou. Da forma que sou. Mas o que mais desejo, acima de qualquer coisa, é viver num mundo em que as pessoas saibam o valor de reconhecer o outro, de amar sem medo, de ter amizades de verdade, de alma.
Com amor,
Indyara Ribeiro.

4 comentários:

  1. As pessoas têm que aprender a valorizar os sentimentos dos outros e a não terem medo de demonstrar o que sentem

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  2. Infelizmente o medo de elogiar e críticar faz parte das pessoas. É um medo a ser superado pois devemos (sempre ponderando) dizer aquilo que pensamos. Somos livres disso. E se for para elogiar.. o que há de errado e para levar a mal? Já eu sou sincero de mais... E admito que elogiar, elogio pouco. Mas sou sincero, mesmo que doa. Sou imenso...
    Tinha saudades daqui.
    Um beijo no coração. ♥

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  3. Está tão lindo!....como eu costumo dizer (está a minha cara ).
    Sou muito de manifestar os meus sentimentos através de afectos., olha já estou naquela fase (quem gosta ...gosta, quem não gostar paciência) mas compreendo a tua reflexão.
    Bjs

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  4. Olá,Indyara
    ...muito belo e muitas reflexões.
    Na realidade, creio eu, nós sabemos que precisamos , mas,por vezes, somos extremistas, ou demonstramos ser demais ou de menos...e a espontâneidade , nesse mundo em que vivemos, passa se pelo prisma de que a maré que vêm pode ser enorme, pode conter pré julgamentos ,interpretações errôneas, rótulos, idealizações e acabamos ficando na zona de conforto , pois a vida vai nos impondo certas amarras , porque nunca temos e nunca teremos o controle da situação externa e assim, tentando prevenir, melhor fazer tudo por uma questão de arbítrio, escolha e consciência sem esperar nada em troca. Se algo de bom vier , será agradável e, se não vier nada, tudo normal,felizes seremos!
    Boa noite,Belos dias,beijos!

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